SEI LÁ… NÃO ENTENDO O QUE EU MESMO FALO

Se eu tivesse uma prancha (de pirata),
agora, ia eu me empurrando…
a ver se no seu mar, eu me afogando,
me salvava de habitar-me, ilha ingrata.

Se eu fosse o homem-bala,
acendia-me o pavio
que já aceso antes se estrala
em fio de fogo sobre um rio…

… e fizesse eu BUUUUM contra o seu seio,
estabacasse ali, de joelho,
ou mais embaixo no seu umbigo
eu derretesse e fluísse como o veio
da sua entranha sobre mim o seu castigo!

Sou eu quem me condena
a estar só contigo,
eu enterro o tesouro e o perco,
eu rezo, eu xingo, vou e permaneço.

De dia me conserto, de noite me estrago…
tenho voado, estando ao chão ainda atado,
de mim para a Lua, donde a sua face nua
volto a ver, crescente, no espelho do lago.

Se eu sonho e nisto me liberto,
sonhando penso e me ponho desperto.
E desperto ainda sonho que durmo
sempre longe de mim e de você muito perto.

 

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